O preço da eletricidade e do gás em países europeus aumenta quase diariamente e mais que triplicou desde o início da guerra na Ucrânia. A Grupeixe, empresa de produção de peixe salgado da Unidade de Processamento em Portugal, reagiu de forma sustentável a esta mudança. Lá, as despesas de funcionamento aumentaram significativamente, diz Nuno Araújo, director-geral: “Respondemos, entre outras coisas, avançando para a sustentabilidade em termos de energia. O primeiro passo foi instalar painéis solares no telhado da fábrica para produção de electricidade. A produção própria de energia com turbinas eólicas também está a ser considerada, mudanças técnicas que levam o seu tempo a implementar. Não temos outra opção a não ser olhar seriamente para a produção de energia sustentável.”
Na Grupeixe, a luz solar começou a ser utilizada na produção de electricidade, posteriormente aplicada na seca do peixe salgado. O vento também é uma mais valia energética, podendo ser convertido em eletricidade! Sverrir Haraldsson, diretor da Divisão de Peixes Demersais da Usina de Processamento, afirma que “todos os custos de produção subiram muito num curto espaço de tempo”. “As contas de energia certamente aumentaram, mas em Portugal a inflação atingiu muitos outros sectores da economia”, diz.
A Islândia não foge à regra: os custos de transporte e os preços das matérias-primas também aumentaram significativamente. O mesmo se aplica ao sal, embalagens e outros materiais. Os preços dos produtos caíram significativamente quando a pandemia do COVID-19 se instalou, mas acabaram por subir novamente. É importante que os mercados se mantenham estáveis e que os preços dos produtos não caiam novamente. Os mercados nada mais são do que as pessoas que compram e consomem o nosso peixe. “Esperamos que a situação não leve a uma recessão económica em larga escala com uma redução correspondente nos salários de nossos clientes, os consumidores”, comenta Sverrir Haraldsson.
No Verão de 2019, a unidade de transformação comprou a Grupeixe, em Portugal. Sverrir afirma que o investimento foi um passo bem-sucedido e fez diferença no mercado de peixe salgado, tão importante para Vinnslustöðin. “Mesmo com as dificuldades devido à pandemia de COVID e à atual inflação, temos domínio para controlar grande parte da cadeia de valor, desde a pesca e processamento até ao consumidor final em Portugal”, conta. Sverrir Haraldsson refere ainda que “ao nos tornamos agentes de venda e distribuição externa, obtemos informações muito mais claras sobre o mercado e comportamento dos consumidores, com uma maior compreensão no ramo das vendas”.
A produção de energia sustentável é um importante objetivo, com vista a tornar a produção mais amiga do ambiente. Outras etapas incluem ainda a recolha de embalagens e paletes – utilizadas no transporte de peixe salgado para Portugal -, limpeza das mesmas para reutilização e envio de volta para as Ilhas. Anteriormente, embalagens e paletes eram descartadas. “Tendo em conta esta evolução, é possível economizar dinheiro e trabalhar para o meio ambiente ao mesmo tempo. Vale a pena criar uma economia circular a esse respeito e funciona muito bem”, conclui o diretor.